Arquivo mensal: junho 2011

Cásper Campeã do JUCA 2011!!!

Já se passava do meio dia quando meu celular tocou. Todos em casa sentados a mesa almoçando, mãe, pai, irmã e ela que sempre me liga também estava presente, minha namorada. Por um minuto hesitei em atender, afinal de contas era domingo e provavelmente deveria ser engano, mas para minha alegria futura ele foi insistente e continuou tocando. Resolvi atender, e do outro lado ouvia apenas gritos, e uma multidão gritando, pensei em algum amigo indo ao jogo do Corinthians, que na mesma tarde iria enfrentar o São Paulo, e depois de uns quatro gritos de “alô, não estou te ouvindo”, consegui identificar a voz do meu velho amigo Felippe Rosell o grande Puff, rouco e extasiado que ao longe naquela ligação maluca apenas gritava: “Boituvaaaaaaa, a Cásper foi campeã do JUCA!”.

Neste momento pude sentir uma lágrima de felicidade rolar. Minha voz quase não saia, engasguei e só consiga gritar do outro lado “Eu não acreditoooo, a Cásper campeãããã, Putaquepariu”. Emoção incomparável, indescritível, mesmo a quilômetros de distância eu podia imaginar a festa que estava acontecendo naquele momento. Logo eu que nunca participei de nenhuma equipe da faculdade, freqüentei poucas baladas e cervejadas e fui a apenas a UM Juca, estava emocionado com o titulo inédito do exército vermelho.

Foi só no terceiro ano de faculdade que pude finalmente saber o que é ficar quatro dias sem dormir, sem tomar banho e que assim seja como diz os versos de uma das músicas da melhor bateria de todas regida por Mestre Tieta. Foi no longínquo ano de 2006 que partimos rumo a Registro para vibrar, cantar, e empurrar nossos atletas rumo ao Olimpo Universitário. Pude presenciar algumas vitórias e muitas derrotas. Mas o espírito era apenas um, torcer, defender o nosso pavilhão vermelho e branco de todos os nossos adversários, ou inimigos como os sardinhas, voltar para casa com o corpo estraçalhado, mas com a alma lavada. Naquele ano a melhor música da bateria foi entoada pela primeira vez e até hoje todo casperiano canta com orgulho “Eu sou sempre caspereeeer, sempre contigo caspereeeer, só eu sei por que não fico em casa”. Três linhas que resumem perfeitamente o espírito de todos aqueles que freqüentam ou freqüentaram os labirintos daquele velho prédio na Avenida Paulista.

Depois disso muita coisa aconteceu. Ano de TCC, extinção do nosso curso, formatura e nunca mais pude ir a um JUCA, mas quando chega o feriado, aonde quer que eu esteja sempre imagino o que possa estar acontecendo com a nossa querida Cásper, aguardo ansioso por noticias, saber o que ganhamos de quem, sempre imaginando quando chegaria a nossa hora, até que finalmente ela veio, e junto com os únicos representantes de TURISMO no meio daquele exército de comunicadores, Judas e Puff, pelo telefone pude gritar É CAMPEÃ!

SOU MAIS CÁSPER!!!

Minha saga pela camiseta P.

Segunda-feira, 20 de junho de 2011. Após sair do trabalho, decido passar em uma farmácia para conferir o meu peso atual. Depois de um final de semana que comilanças, decidi não empurrar mais com a barriga, literalmente, o que era para eu ter começado há muito tempo. O temido REGIME. Tenho 1,73 de altura e sempre mantive o peso na faixa dos 65 kg. Relativamente magro, me dava o luxo de usar camisetas e camisas de tamanho P. O que era uma maravilha, afinal de contas a maioria dos homens usa M ou G, então todo o modelo que eu escolhia, sempre tinha no meu tamanho. Mas desde o fim da faculdade, no longínquo ano de 2007, entrei em uma vida completamente sedentária, assíduo praticante do esporte zapear canais de televisão, com maratonas intermináveis de dormidas no sofá. Sem contar o levantamento de garfo, montanhas e montanhas de comidas, lanches e qualquer coisa mastigável que eu encontrasse pela frente. Em quatro anos consegui engordar 13 kg, saindo dos modestos, 65 para os temidos 78 kg.

Comecei a notar que as minhas roupas ficaram um pouco apertadas, enquanto eu observava uma protuberância brotar em minha região abdominal. Mas até então era um segredo só meu, uma lei do silêncio estabelecida, onde eu não falaria nada sobre ela, e ela ficaria ali quietinha sem se manifestar, ou melhor, sem aumentar de tamanho. Mas não foi bem isso que aconteceu. As pessoas começaram a reparar, a comentar que eu tinha engordado. Que tinha ganho um pneuzinho, inclusive aquelas que tanto me defenderam a vida toda, minha irmã, minha mãe e até o meu avô. Para um homem reparar na barriga de outro homem é porque a coisa está realmente séria. Foi um choque, não que eu não tivesse percebido que minha quantidade de consumo de calorias, gorduras e doces tivesse aumentado, mas tudo bem era só uma fase eu pensava, mas a tal da fase nunca passou e parecia que tinha vindo para ficar.

Neste último final de semana, foi aniversário do meu avô, como tenho uma família pequena, são sessenta pessoas entre tios, primos, filhos dos primos e porras nenhuma, a quantidade de comida servida foi gigantesca. Como somos filhos de lusitanos não pode faltar bacalhau, vinho do porto, tremoço e muita, mas muita sardinha na brasa com fava portuguesa. Sinal de comilança sem fim, e assim foi. Ficamos até as Sete e meia da noite assando sardinha e jogando conversa fora. Nada mais gostoso para um encontro em família. Mas não sei o que pesou mais, os 2 kg de sardinha que comi ou a consciência. Fui praticamente queimado na fogueira da inquisição por minha namorada, mãe e irmã ao final da festa.

Então decidi que a partir de hoje, segunda-feira, começarei a minha saga em busca da minha camiseta P. Quero voltar a usar calça 38, camisa tamanho 1 e camiseta tamanho P. Perderei os 13kgs ganhos nestes últimos anos. Nada de muito radical, sem remédios, folhas de alface como refeição ou qualquer outra fórmula mirabolante. Como moro a menos de cinqüenta metros do Parque da Água Branca, estabeleci que irei caminhar e correr por lá todos os dias, de segunda a sexta-feira durante uma hora. Farei duzentas abdominais e assim que tiver condições financeiras entrarei em uma academia. Já parei de tomar refrigerantes e comer doces industrializados. Me alimentarei de três em três horas e farei cinco refeições diárias. Com o objetivo de perder 2 kg por mês. Farei um post semanal para relatar como está sendo essa minha experiência e atualizando a minha pesagem. Chegando ao verão com a tão sonhada barriga tanquinho. Ok, isso é exagero da minha parte. Mas não mais ostentando este que muitos barrigudos conformados por ai chamam de “calo sexual”.

Mais Uma Dessas Histórias do Coração! – Parte IV

As horas foram avançando. Cigarros, cervejas e risadas passaram a ser o combustível daqueles dois indivíduos que mal se conheciam. O silêncio tomava conta da situação em alguns momentos, mas logo era quebrado por um sorriso dela, que com uma piscadela, o encarava e bebericava a cerveja. Em um rompante ele começa a acelerar o carro, olha apressado para o relógio e diz “ vamos ver o sol nascer na praia”. “Você só pode estar maluco, hoje é quarta-feira, tenho que trabalhar amanhã, e provavelmente você também”, ela disparou meio assustada, meio feliz, adorando toda aquela ideia. “Eu sei disso, mas quem se importa com trabalho? Decidi que de hoje em diante aproveitarei cada segundo da minha vida”, percebendo um momento de fragilidade dela, ele retomou as rédeas da situação.

A lua cheia clareava a estrada em direção ao mar. Pela serra, o ronco do motor quebrava o silêncio da madrugada. Ele começou a contar sobre a sua vida, suas experiências, viagens até a adolescência onde o pai adoeceu e perderam todo luxo e conforto que o dinheiro podia comprar. Hoje trabalha em uma multinacional, estuda direito, mas seu grande sonho era ser biólogo. Olhando pela janela ela quase não prestara atenção nas palavras dele, mas sim em uma música que começou a tocar logo que pegaram a estrada, alguns versos martelavam sua cabeça “…I am yours now, So now I don’t ever have to leave, I’ve been found out…” cantava uma doce voz feminina quase como um sussurro, e cada vez que a música terminava, ela apertava o botão do rádio para que voltasse e assim foi durante todo o trajeto, onde não disse uma única palavra. Toda aquela ousadia foi deixada para trás, a doce menina estava tomando conta mais uma vez, mas ela tinha medo, se machucara muito da última vez que agiu assim com alguém, e não queria vivenciar isso novamente, então decidiu tomar a iniciativa sempre, surpreender para não ser surpreendida, mas algo mudou deste que ele decidiu pegar a estrada. Começou a entrar no jogo dele mesmo que não prestasse atenção naquele rapaz que estava ao volante do carro a levando para uma praia qualquer. E foi então que sem perceber teve seus pensamentos cortados pela voz dele, “ Hey estamos quase chegando, você me parece cansada, não disse uma única palavra desde que começamos a descer a serra”. Então ela se virou devagar e foi então que ele pode perceber a real beleza daqueles olhos, um conjunto perfeito, simetricamente, os contornos ligeiramente puxados, os cílios e sobrancelhas bem desenhadas eram moldura perfeita para aquele belo par de gemas verde-claro. Aquele calafrio tomou conta do corpo dele, como se tivesse tomado um choque, ele engoliu em seco, e toda aquele teatro de arrogância fora desarmado naquele momento, tanto da parte dele quanto da parte dela.

O sol despontava no horizonte, dando sinais de mais um dia de calor, e quando os primeiros raios iluminaram o oceano, ele encostou o carro na areia. Tiraram os sapatos e descalços foram se sentar mais próximo da água, onde ficaram em silêncio apreciando a beleza das ondas que se formavam e quebravam próximo a eles. Então ela decidiu falar, “ sabe neste domingo estou embarcando para França, onde passarei uma temporada, decidi levar a vida a sério ao menos dessa vez. Depois de anos apenas gastando a fortuna que meu pai conquistou durante esses anos todos, resolvi que agora quero ser a dona do meu nariz. Foi assim que me inscrevi em um curso de pedagogia e nos próximos seis meses os livros serão meus melhores amigos”. Sem deixá-lo esboçar alguma reação ela continuo, “ aquele telefonema foi meu último ato de loucura, atendê-lo e te trazer até a minha casa, me fez pensar que seria a minha despedida desde modo de vida no qual foi a minha vida durante muito tempo. Falamos apenas sobre banalidades, nada de muito sério, mas sai fora da minha zona de conforto, onde amigas e homens interessados apenas em minha beleza e dinheiro me cercam. Estou sentada na areia desta praia com um desconhecido, tomando cerveja barata, vendo o sol nascer e a única certeza disso tudo é que a sua companhia foi maravilhosa”.

Ele se levantou, tirou a camisa, deu alguns passos, arrancou o cinto e depois a calça, ficando apenas com a cueca, correu em direção ao mar e mergulhou na primeira onda, quando se levantou ela já estava em pé, sem precisar ser chamada também arrancou a roupa e foi caminhando lentamente ao mar. O sol iluminava seus lindos cabelos e dava um contorno especial aquele belo corpo, deixando-o hipnotizado dentro d’água. Ela então o alcançou e sem dizer uma única palavra o beijou demoradamente, um beijo delicado e doce sem pressa. Abraçados ficaram por um longo tempo, apenas se conhecendo, cada parte do corpo dele aquecendo o corpo dela entre beijos e carinhos. Sem dizer uma única palavra até saírem da água e entrarem molhados no carro dele.

Na volta ela pegou no sono, e com o dia já claro retornaram a cidade. Na cabeça dele um turbilhão de coisas estava se passando. Primeiro a falta no emprego, coisa que jamais fizera em toda vida, depois se apaixonar por uma menina que estava de malas prontas para a Europa e ficaria por lá nos próximos seis meses, provavelmente ela iria esquecê-lo e se casar com um francês que não toma banho e usa perfumes doces. Todo aquele circo contribuiu para este final, deste o modo como ela falou com ele e as atitudes dos dois. Decidiu então deixá-la em casa e não pensar mais nisso. Encarar apenas como uma “ficada” de balada, sem telefonemas no dia seguinte nem nada. Com um beijo na testa ele a despertou, no portão da casa dela. Meio com sono, meio confusa, ela apenas se despediu, agradeceu pela noite e saiu do carro. Ele dirigiu até seu apartamento do outro lado da cidade e do jeito que entrou em casa se atirou na cama, sem se importar com mais nada, apenas gostaria de dormir as próximas doze horas sem ser interrompido.

(Continua)

Fases da Lua!

Pela janela no horizonte, toda noite reparava em sua luz.

As vezes branca, outras vezes amarela a recortar a noite negra.

Em nossa orbe recebe em silêncio as lamurias dos corações de esperanças minguantes.

Para algum lugar de suas imensas crateras meus lamentos foram parar.

Mas cheio de esperanças, assim como ela, meu coração ficou assim que uma mensagem sua vi retornar.

Uma simples frase,

Cada letra brilhava como estrelas e,

Seguindo seu rastro como um cometa que cruza os céus, ao seu colo fui me atirar.

Em meu Quarto, Crescente é a sensação de ter você apenas para mim.

Assim como todos giram em torno do astro-rei,

Sigo atrás de minha rainha, que emana seu calor para aquecer este coração errante.

Uma Nova vida nasceu a partir do momento em que nossos lábios se conheceram.

Como um ciclo perfeito queremos ficar para o resto de nossos dias.

Mais Uma Dessas Histórias do Coração! – Parte III

Ele partiu com o carro ainda atordoado com aquela visão deslumbrante. Naquele momento caiu a ficha de tudo que estava acontecendo, e decidiu aproveitar a situação, já que o acaso o levara até ali, mas logo seus pensamentos foram interrompidos pela aquela voz que outrora fora desagradável e passou a soar docemente em seus ouvidos: – Para onde estamos indo? Vire a direita aqui e depois do farol a segunda esquerda. Irei te levar em um lugar delicioso. Estou com fome e acredito que você também deva estar. Afinal de contas quem me ligou pedindo uma pizza foi você. – E com uma deliciosa gargalhada ela o encarou. Ele apenas concordou com a cabeça e seguiu em frente, não conseguia esboçar uma palavra, não parecera a mulher que se jogou em cima dele na livraria, muito menos a que falou a pouco tempo com ele no telefone. – Será que ela sofre de algum desvio de personalidade? Deve tomar algum remédio tarja preta, só pode . Não tem explicação para isso – ele pensava.

A situação dentro do carro não poderia ser mais engraçada, ele mudo, uma timidez o invadira. Ela em poucas palavras conseguiu desarmá-lo e percebendo isso, passou a dominar a situação. Desta forma ligou o som do carro, mudou as estações de rádio, cantava a plenos pulmões enquanto ele cruzava semáforos fechados. A fome já não o incomodava mais, desta forma passaram  a vagar sem rumo pela cidade. Ele decidiu entrar no jogo, acendeu um cigarro, tirou o pé do acelerador, permitindo o carro apenas flutuar pelas ruas em um ritmo quase letárgico. Encostaram em um posto de gasolina, onde ela desceu e voltou com uma sacola com seis garrafas de cerveja. Seria o suficiente para o começo da noite – pensou ele – Quem sabe não conheço a verdadeira menina por trás desta fantasia toda.

(Continua)