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Minha saga pela camiseta P.

Segunda-feira, 20 de junho de 2011. Após sair do trabalho, decido passar em uma farmácia para conferir o meu peso atual. Depois de um final de semana que comilanças, decidi não empurrar mais com a barriga, literalmente, o que era para eu ter começado há muito tempo. O temido REGIME. Tenho 1,73 de altura e sempre mantive o peso na faixa dos 65 kg. Relativamente magro, me dava o luxo de usar camisetas e camisas de tamanho P. O que era uma maravilha, afinal de contas a maioria dos homens usa M ou G, então todo o modelo que eu escolhia, sempre tinha no meu tamanho. Mas desde o fim da faculdade, no longínquo ano de 2007, entrei em uma vida completamente sedentária, assíduo praticante do esporte zapear canais de televisão, com maratonas intermináveis de dormidas no sofá. Sem contar o levantamento de garfo, montanhas e montanhas de comidas, lanches e qualquer coisa mastigável que eu encontrasse pela frente. Em quatro anos consegui engordar 13 kg, saindo dos modestos, 65 para os temidos 78 kg.

Comecei a notar que as minhas roupas ficaram um pouco apertadas, enquanto eu observava uma protuberância brotar em minha região abdominal. Mas até então era um segredo só meu, uma lei do silêncio estabelecida, onde eu não falaria nada sobre ela, e ela ficaria ali quietinha sem se manifestar, ou melhor, sem aumentar de tamanho. Mas não foi bem isso que aconteceu. As pessoas começaram a reparar, a comentar que eu tinha engordado. Que tinha ganho um pneuzinho, inclusive aquelas que tanto me defenderam a vida toda, minha irmã, minha mãe e até o meu avô. Para um homem reparar na barriga de outro homem é porque a coisa está realmente séria. Foi um choque, não que eu não tivesse percebido que minha quantidade de consumo de calorias, gorduras e doces tivesse aumentado, mas tudo bem era só uma fase eu pensava, mas a tal da fase nunca passou e parecia que tinha vindo para ficar.

Neste último final de semana, foi aniversário do meu avô, como tenho uma família pequena, são sessenta pessoas entre tios, primos, filhos dos primos e porras nenhuma, a quantidade de comida servida foi gigantesca. Como somos filhos de lusitanos não pode faltar bacalhau, vinho do porto, tremoço e muita, mas muita sardinha na brasa com fava portuguesa. Sinal de comilança sem fim, e assim foi. Ficamos até as Sete e meia da noite assando sardinha e jogando conversa fora. Nada mais gostoso para um encontro em família. Mas não sei o que pesou mais, os 2 kg de sardinha que comi ou a consciência. Fui praticamente queimado na fogueira da inquisição por minha namorada, mãe e irmã ao final da festa.

Então decidi que a partir de hoje, segunda-feira, começarei a minha saga em busca da minha camiseta P. Quero voltar a usar calça 38, camisa tamanho 1 e camiseta tamanho P. Perderei os 13kgs ganhos nestes últimos anos. Nada de muito radical, sem remédios, folhas de alface como refeição ou qualquer outra fórmula mirabolante. Como moro a menos de cinqüenta metros do Parque da Água Branca, estabeleci que irei caminhar e correr por lá todos os dias, de segunda a sexta-feira durante uma hora. Farei duzentas abdominais e assim que tiver condições financeiras entrarei em uma academia. Já parei de tomar refrigerantes e comer doces industrializados. Me alimentarei de três em três horas e farei cinco refeições diárias. Com o objetivo de perder 2 kg por mês. Farei um post semanal para relatar como está sendo essa minha experiência e atualizando a minha pesagem. Chegando ao verão com a tão sonhada barriga tanquinho. Ok, isso é exagero da minha parte. Mas não mais ostentando este que muitos barrigudos conformados por ai chamam de “calo sexual”.