Arquivo mensal: agosto 2010
Ponto Final
Tudo Igual!
Você acorda com aquela sensação de que acabou de se deitar. O despertador berrando embaixo do seu travesseiro e você querendo dormir mais 5 minutinhos ( hoje em dia despertador passou a ser o celular). Você se arrasta até o chuveiro, se arruma e parte em direção ao trabalho, sem perceber seu cérebro trabalha no piloto automático. Note, você sai do banho, senta no mesmo lugar da cama, abre a mesma gaveta, amarra sempre o mesmo cadarço do mesmo modo. Seu cérebro passa a trabalhar caso algo fora do normal aconteça. Se não você não será exigido para nada. No almoço é o mesmo ritual,bandeja, prato, talher, sempre a salada no mesmo canto do prato, o feijão por cima do arroz,e assim vai. A rotina segue, você escova primeiro os dentes do lado esquerdo e depois o direito, em cima depois embaixo, pega 3 folhas de papel, ignorando o lembrete ” mãos secas com apenas 2 folhas”. Você arremessa e sempre imagina fazer a cesta da vitória no lixo enorme que fico no mesmo canto de sempre. O ritual perdura por todo o dia, e quando você nota já está deitado na cama novamente se preparando para dormir e começar um “novo” velho dia.
Velho por que a rotina é sempre a mesma, os hábitos, os dogmas e regras. Seus julgamentos são sempre os mesmos, os valores não mudam e as atitudes continuam iguais. A crença de que tudo vai mudar, as aspirações e anseios continuam querendo explodir pelo peito, mas você ainda acha que “é preciso dar tempo ao tempo”.
Hoje você é muito mais exigido, acredita que o mundo não tenha mais 24 horas. Napoleão Bonaparte já dizia ” O homem precisa trabalhar 8 horas. descansar 8 e ter mais 8 de lazer”. Mas alguma atividade rouba preciosos minutos e no fim das contas você descansa no muito 6, se diverte com 4 e trabalha 14. O mundo não mudará, nunca mudou, e não acredite que com esses avanços médicos, técnológios, científicos, espaciais irá te trazer um dia de 36 horas. Sócrates (não o jogador,mas sim o filósofo) já falava sobre a loucura e o passar veloz do tempo, isso na Grécia antiga e de lá para cá a atitude do homem não mudou.
As mudanças não estão no exterior, estão bem mais perto do que possamos imaginar, está dentro de mim, de você de qualquer um que queira se livrar destas amarras a qual nos submetemos todos os dias.
Meio surto, meio devaneio para viagem, por favor!
Desde pequeno sempre tive acesso a jornais, livros e revistas. Quando aprendi a ler, aos 6 anos já pegava o jornal para ler os quadrinhos, depois as noticias do Corinthians, e com 10 já lia até a parte de economia. Minha mãe, professora de português, nos trazia diversos livros que ela ganhava das editoras, como os da coleção Vagalume, por exemplo. Desde então ler passou a ser um hobbie divertido, e isso facilita o modo como nós nos expressamos, conversamos com as pessoas e escrevemos.
Hoje em dia, o brasileiro lê mais, estuda mais, mas continua falando e escrevendo mal e errado. Mas o problema não é apenas esse. Acaba por refletir na educação, na civilidade, nos modos e na vida em geral. Nos livros temos exemplos de tudo isso, e cabe a nós colocarmos em prática o que aprendemos.
Quantas vezes “entramos de cabeça” na história, e devoramos o livro em um piscar de olhos. Essa prática é ótima, exercita o nosso cérebro, conseguimos absorver conhecimento e desenvolver uma habilidade muitas vezes esquecida pelos adultos, a de criar fantasias. As pessoas vivem atarefadas, correndo para cima e para baixo, com um alto nível de stress. Algumas ainda conseguem quebrar esta rotina, praticando algum esporte, cuidando do corpo. Mas acabam por não cuidar da mente. Já dizia um filósofo grego que o nome não me recordo, ” Corpo sano, mente sana”. E não é só atravez das palavras-cruzadas, sudokus e afins que malhamos os neurônios, precisamos inventar histórias, criar personagens, enredos, tal qual um livro. Olhem as crianças, fazem isso como ninguem, com coisas simples inventam histórias, brincadeiras lúdicas e belas. Temos que levar isso ao nosso dia-a-dia, como exemplo, para melhorar o modo como vivemos, deixar o lado truculento de não dizer um “bom dia” quando se entra no elevador, e abrir um sorriso para o mundo. Como atitudes e não palavras podemos fazer a nossa parte. Muitas vezes um “com licença”,” muito obrigado” pode desarmar um “inimigo”.
Faço este convite. Tente, insista, vamos deixar este mundo cinza um pouco mais alegre e melhor para se viver. Vamos fazer a nossa parte. Sejamos crianças mais uma vez.